E o sexto mês que chegou de mansinho.
Ah! quase não dei conta,dos destempérios do quinto
[...]
Quantidade de esboços sem nome ,sem rostos,sem soluções aparente.
O cheiro forte que só eu sinto.que eu imagino!
Tem credo, é raça pura, eu que o diga
[...]
Das certezas enfraquecidas por antecedentes, ao sexto;posso
voltar num breve momento aos primeiros ,segundos ,terceiros e quartos,
Esses que as janelas não têm grades e, as paredes são brancas.
Luz, só a solar, estrela mais próxima ,que teimosamente chamo de astro!
Rei do meu reino,que sou mero coadjuvante nesse imenso palco
[...]
Encontrar-se agora já não basta ,a angústia de sentir-se perdido,
é como fera que atormenta, eu ouço seus rugidos; não daria à ninguém
a forma do som. ele tem forma e sombras [...]
pularia se pudesse ,tentaria voar.
As nuvens, cumplices dos ventos,em cortinas se fecham, impedem nosso astro de brilhar.
Sabemos que sua virtude é a paciência,ele observa o giro,calcula as térmicas, e na
manhã seguinte,ele adentra para mais um dia de espetaculo,vibra com as "vD"
libera à todos;todos ganham !
Seu lado nefasto!como todo astro o tem, é culpa do ser homem.
"Gastei tudo que não tinha.
Sou mais velho do que sou.
A ilusão, que me mantinha,
Só no palco era rainha:
Despiu-se, e o reino acabou. "
Sou mais velho do que sou.
A ilusão, que me mantinha,
Só no palco era rainha:
Despiu-se, e o reino acabou. "
trecho do poema (o andaime )
Fernando Pessoa